Fernando Meireles (UFRGS/Capes)

Problema

  • Comissões não são necessárias para o funcionamento de um Congresso. Por que elas existem?
  • Quem entra entra em cada uma delas? E por quê?
  • Se pudermos responder esta última, podemos inferir a resposta da anterior.

Modelos

A literatura sobre o Congresso Americano produziu três modelos principais:

  1. Distributivista (enforcement para as transações);
  2. Partidária (extensão do jogo legislativo).
  3. Informacional (incentivos à especialização);

Parâmetros

Parâmetros incompatíveis:

  1. Ausência de duas instituições informais no caso brasileiro: seniority e auto-seleção;
  2. Ausência do controle da agenda;

Hipóteses: recrutamento partidário e de preference outliers.

Dados

  • Unidade de análise: Deputado-Legislatura;
  • Preditores: Expertise prévia, experiência executiva, reeleição, coerência ideológica, participação em diretórios partidários, disciplina partidária (\((Disc - \mu) \div 5\));
  • Dependente: pertencer a determinanda Comissão (dummy). plot of chunk unnamed-chunk-1

Resultados (modelos mistos)

plot of chunk unnamed-chunk-2

Resultados (modelos mistos)

  • Expertise prévia é o melhor preditor de indicação às Comissões, inclusive para os novatos.
  • Drawbacks: dependência entre os casos, variável dep. fixa exógenamente, chance condicional às chances das demais observações e raridade do evento.

Simulação

  • Comparar a estatística (média e mediana) empiricamente observada de cada partido em cada Comissão com as obtidas a partir de amostras aleatórias dos membros de cada partido.

  • Agregação de todos os partidos para simular os valores sob a hipótese nula de cada Comissão (simulação com cluster).

  • Aceitar H1 se p for menor que um \(\alpha\) (e. g., 0.1), onde p é a razão das vezes em que a estatística observada foi maior do que as simuladas.

Média vs. Mediana (Partido)

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Média vs. Mediana (Comissão)

plot of chunk unnamed-chunk-4

Bias pró-H0

plot of chunk unnamed-chunk-5

Resultados (por Comissão/média)

Comissão Leg. 52 Leg. 52 (gov) Leg. 53 Leg. 53 (gov)

CCJ

.38

.93

.65

.91

CFT

.74

.98

.54

.75

CAPR

.41

.83

.74

.34

CSSF

.89

.84

.97

.54

CECD

.49

.42

.85

.85

Resultados (por Comissão/mediana)

Comissão Leg. 52 Leg. 52 (gov) Leg. 53 Leg. 53 (gov)

CCJ

.31

.96

.92

.87

CFT

.9

.98

.43

.44

CAPR

.59

.29

.39

.56

CSSF

.47

.88

.82

.96

CECD

.83

.53

.15

.85

Resultados (por partido)

  • Na CCJ, o PMDB indicou membros significativamente menos disciplinados (gov. e part.) nas duas Legislaturas; na CFT, na Legislatura 52; e na CSSF, na 53;

  • Na CAPR, o PFL indicou membros significativamente mais disciplinados na Legislatura 53;

  • Nos demais casos, nenhum padrão aparente.

Conclusões

  1. Expertise prévia é o melhor preditor de recrutamento;
  2. Comissões importantes possuem membros pouco disciplinados;
  3. Desagregando por partidos, poucos padrões nítidos aparecem;
  4. Recrutar preference outliers parece ser a estratégia usada para motivar a produção de informação na Câmara.

Anexos